segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

qual é a sua?

pé molhado, quem liga?
calça com a barra suja, só respirar fundo,
tudo de ponta cabeça, assim que eu aprendo.
Pessoas que viveram fazendo coisas simples, mas deixaram marcas em um mundo que não as merecia.
coração pesado
viver o agora pode ser tão difícil.

sábado, 13 de setembro de 2008

Retorno do jedi sem poderes

preciso retomar a minha vida... mas como se retorna uma vida diferente da vida que antes você tinha, mesmo que ainda viva no dia dia da vida odiada? Acho que tenho que encontrar novamente o universo paralelo.
Recapitulando: Pais se separam, mudança de casa sem nenhuma casa, cachorra sofre e morre, busca errada leva a colheita da fome e sede, ingratidão, escuridão seguido de misericódia, 30 dias + 5 dias de diferente, volta a casa sem teto, nasce amor inesperado, vira amor de verdade e dá em tatuagem, não me pergunte porque e acho que nem eu quero saber, mas chega o fundo do poço: depressão...
crente num sente depressão, tem demônio no corpo, então desse grupo de crente eu num sou, porque demônio eu num tenho no corpo, tenho alma doente, mente cansada de procurar a saída errada e tentativas frustradas de salvar o meu mundo-realidade. Eu sei que estou errada.
Alguem me disse que sente falta de conversar com Deus, eu resolvi pensar de maneira que havia evitado nos últimos meses, pensei lá dentro e respondi com uma sinceridade que parecia cortar o ar: acho que eu não sinto saudades de Deus, porque se eu sentisse... eu não sentiria.
Não sei o que fazer, mas pior ou talvez minha única saída é que eu ainda sei o que quero fazer.
Vou ser sincera, não quero fugir, quero fazer certo aqui
quero ir na JOCUM;
quero continuar com leituras semanais na faculdade;
quero jogar volei;
quero virar vegan;
quero falar proporcianal a uma boca e duas orelhas;
quero fazer de tudo um pouco e sem extremismo de Paula Resende;
quero (e como eu quero) ir no ymon, ver a Ruth e o Renê;
quero carregar uma kombi no pescoço o resto da minha vida, porque sei que a outra tá nas costas de alguem;
quero ver a Talita ao meu lado e em seguida uma série de cadeiras com pessoas de ohos bem fechados;
quero ficar na boa e saber dizer não não, sim, sim;
quero lavar o carro e não faltar na bosta da faculdade;
quero ir trabalhar todo dia feliz (sei que isso é possível);
e finalmente quero continuar sem fazer sentido, porque quem me entende é que me pega no colo e não diz que eu tenho demônio, faz carinho no meu cabelo e diz que acredita em mim, e sem falar mais nenhuma palavra sei que entende tudo e como em Isaías 53, já sentiu tudo por mim e por amor por amor, amor que me sustenta, me perdoa Senhor... e se possível me carrega de novo, pro seu lado onde eu sei que tá tudo bem tudo bem.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Vai e vem, vem e vai
para tudo que eu quero descer
mas sei que não devo... não agora agora agora
será que isso sou eu ou o que foi feito de mim?
preciso escrever, ai como preciso
parece que é minha organização mental
Blog largado mas não esquecido
ocupâncias capitalista =/ infelizmente me sequestraram e não pediram resgate.

segunda-feira, 24 de março de 2008

209

Chega um ponto em que se para. Preciso parar para pensar. O meu eu, inconstante, falho, amargo desumano curte o ritmo infame da simples existência. Magoada com Deus, emburradinha, triste porque Ele não me deu o que eu queria, tola ao ponta de não ver que não tenho, não porque não fiz por merecer (que já uma boa justificativa, porque nunca faço mesmo) nem porque Deus não quis me dar, mas porque... eu não sei, mas Ele sabe. Motivo que desconheço, talvez não suportasse, não saberia lidar, jogaria tudo para o alto, morreria. Estou morrendo aos pouquinhos, inclusive agora mesmo, pois manufaturo Deus, e Ele deve ter sido feito com alguma peça faltando, porque não responde. O que é tudo isso? A sensação é de tudo ser gigante, inalcançável, e eu girando a broquinha do calcanhar do monstro, enquanto ele dança e pisa na cabeça dos que nem broquinha não tem. Caneta, papel, mouse, teclado, areia, sujeira, sensação de fome, tristeza, quantos mundos eu escolho viver? Às vezes só o meu meu meu eu eu eu, e olha que por mais que eu passe bastante tempo nesse último... como ele precisa de manutenção! Dou razão a inutilidade, saco de batata que rola da ladeira. 209, 209... Deus já sabia, ainda bem que Ele quis saber, ainda bem que Ele foi quem primeiro se manifestou, porque se toda humanidade dependesse de mim, eu estaria eternamente fixada em um cortante silêncio. Mas não, Ele olhou pra mim, pra bem dentro de mim e viu partes que até hoje desconheço, sorriu e otimista o bastante falou: "Vale a pena". E assim desceu, largou seu confortou e pagou com uma dura pena num madeiro indigno, por mim mim mim... inconstante, falha, errante, mas que por isso tem esperança de um dia ser menos menos menos... e com o "os" viver, dividir, ser. Sem palavras só sei sentir, e é um sentir que eu não manufaturei como poderia? por que esse não apresenta defeitos, muito pelo contrário, ele vem numa embalagem chamada graça, sem contra-indicações, mas com um efeito colateral chamado esperança.
Pense nisso Paula.

segunda-feira, 17 de março de 2008

mãos

Mãos duras, pesadas que parecem não ter descanso, sobre um bem manufaturado infinitamente inferior as mãos que sobre ele repousam. Mas que em uma visão grossa, desumana e economicamente propícia fazem da madeira verde brilhante algo de maior valor, de maior importância.
Parar um segundo, conseguir parar um segundo e olhar, olhar, mas é tão difícil enxergar, porque a questão da importância não nos é explicada e sim sentida na pele, e isso dói. Não te dizem você vale pouco, você sente e o resultado é simplesmente viver cada dia tentando se fazer menos esquecido, menos descartável.
Como é possível que nos deixamos levar de tal maneira que tudo de mais vazio, mais inútil cria vida, nos domina, sai andando e dita a dança? Quando coisas de fontes desconhecidas dentro do coração humano são pouco exploras, ou sequer levadas em consideração. Dessas fontes ( oh! e como são milhões de diferentes fonte), existe vida e vida em abundância, e o melhor; é impossível prever o resultado dessas fontes, ao contrário de especulações, vidas inteiras interessadas no 'outcome', daqui de dentro são criados momentos, ideais, pessoas inesquecíveis que nem o próprio sistema consegue disfarçar. E como que uns brotinhos na calçada esses se tornam suspiros de possibilidade. Pois se eles não acontecessem creio que deveríamos nos render, mas eles existiram, ainda existem e eu quero fazer parte da próxima onda.
Mas não cavamos fundo, é tão difícil, tudo vai contra, a luta é constante, eu nunca cheguei lá, mas imagino que deve valer a pena, aliás, a galinha toda (Talitinhaaa).
Essas mãos duras, pesadas tornaram-se ícones, exemplo de que ainda somos "gente", vamos nos tratar então, como tal, e assim desse jeito faço uma promessa que no dia em que alguém conseguir me mostrar as linhas pontilhadas voadoras que ficam em volta das pessoas e as tornam diferentes e de importância distinta eu... saio correndo com uma borracha gigante, porque sei que vou, (ou melhor) vamos estar perdendo momentos, idéias, quem verdadeiramente poderíamos ser, estaremos perdendo vida e fazendo jus a madeira cintilante valer mais do que a mão que sobre ela repousa e aí sim não seremos comprados, nos vendemos.

sábado, 8 de março de 2008

Reverência ao destino...

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por atitudes e gestos o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer ” oi " ou ” como vai ? "
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que somente uma vai te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Partir o pão, exata divisão

corpos estirados no asfalto, cabeça de modo inconfotável apoiada no degrau sujo da loja que a anos não abre, o dono se mudou, sem saber fez da sua esquina imunda e sem futuro, o descanço de rejeitado.
Voz angelical, por mais que negue, formação musical, curiosidade homosexual, queda de um anjo que a auréula apertava demais. Perdão Perdão Perdão, entre lágrimas.
Tatiana não parece mais Ana, fiquei em dúvida, até ver a vida em seus olhos que ardiam a pimenta que mexeu sem saber no lixo. Lavou o rosto, trocou a calça, não mucou de vida, só deu mais um passo.
Vejo tanto cor atrás do cinza, tanta vida em cada rosto que passa, tanto potencial em quem não acredita e só leva a vida.
Chácara no meio de tudo, entra e parece que você está em outro mundo, "seu corpo é o templo de Deus, favor não fumar neste local", diz a placa na entrada que pra mim vale mais que mil palavras. Vem entre como está, mesmo cheio de dióxido de carbono no pulmão, mesmo que você esteja cometendo suicídio a la tortura, e se quiser sente-se a mesa e coma conosco, por que assim foi o exemplo deixado por Jesus, que não apenas se sentou ao lado de cafetões e prostitutas, mas compartilhou seu alimento com eles.
E nós com quem temos coragem de compartilhar?