Mãos duras, pesadas que parecem não ter descanso, sobre um bem manufaturado infinitamente inferior as mãos que sobre ele repousam. Mas que em uma visão grossa, desumana e economicamente propícia fazem da madeira verde brilhante algo de maior valor, de maior importância.
Parar um segundo, conseguir parar um segundo e olhar, olhar, mas é tão difícil enxergar, porque a questão da importância não nos é explicada e sim sentida na pele, e isso dói. Não te dizem você vale pouco, você sente e o resultado é simplesmente viver cada dia tentando se fazer menos esquecido, menos descartável.
Como é possível que nos deixamos levar de tal maneira que tudo de mais vazio, mais inútil cria vida, nos domina, sai andando e dita a dança? Quando coisas de fontes desconhecidas dentro do coração humano são pouco exploras, ou sequer levadas em consideração. Dessas fontes ( oh! e como são milhões de diferentes fonte), existe vida e vida em abundância, e o melhor; é impossível prever o resultado dessas fontes, ao contrário de especulações, vidas inteiras interessadas no 'outcome', daqui de dentro são criados momentos, ideais, pessoas inesquecíveis que nem o próprio sistema consegue disfarçar. E como que uns brotinhos na calçada esses se tornam suspiros de possibilidade. Pois se eles não acontecessem creio que deveríamos nos render, mas eles existiram, ainda existem e eu quero fazer parte da próxima onda.
Mas não cavamos fundo, é tão difícil, tudo vai contra, a luta é constante, eu nunca cheguei lá, mas imagino que deve valer a pena, aliás, a galinha toda (Talitinhaaa).
Essas mãos duras, pesadas tornaram-se ícones, exemplo de que ainda somos "gente", vamos nos tratar então, como tal, e assim desse jeito faço uma promessa que no dia em que alguém conseguir me mostrar as linhas pontilhadas voadoras que ficam em volta das pessoas e as tornam diferentes e de importância distinta eu... saio correndo com uma borracha gigante, porque sei que vou, (ou melhor) vamos estar perdendo momentos, idéias, quem verdadeiramente poderíamos ser, estaremos perdendo vida e fazendo jus a madeira cintilante valer mais do que a mão que sobre ela repousa e aí sim não seremos comprados, nos vendemos.
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Um comentário:
hoje em dia.. vendemos fácil o que não tinha preço...
(rentato russo)
Às vezes parecia
Que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos
Tão certo...
Teríamos o mundo inteiro
E até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços
De vidro...
Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria
Um livro aberto...
Até chegar o dia
Em que tentamos ter demais
Vendendo fácil
O que não tinha preço...
Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...
Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também...
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